Sobre o futuro

(…)
Que sempre que um homem sonha 
o mundo pula e avança 
como bola colorida 
entre as mãos de uma criança.

António Gedeão, Pedra Filosofal

Olá, cá estou eu! não me conhecem, mas vão ficar com uma ideia. Provavelmente muito do que vou escrever já sabem ou já pensaram nisso.

Neste momento eu estou a viver o futuro desta manhã onde prometi escrever este texto. Imaginem: Hoje é o futuro de ontem e, quanto ao de amanhã, há planos que muitas vezes não se podem cumprir. A cada minuto vivemos o futuro do minuto anterior. Não há mesmo nada a fazer. Houve quem pensasse numa máquina para mudar o tempo e até há filmes que fazem viagens ao futuro ou ao passado.

Antes de mais, acredito pouco em prever o futuro a longo prazo, mas é muito importante ir prevendo coisas que resultam das nossas necessidades de hoje. Faz falta um hospital, vamos fazer um plano para o hospital, ou para uma estrada, ou para fazer uma viagem.

A minha profissão trabalha sempre no futuro. Por isso mesmo se diz que faço projetos. Isto é, penso, ou invento, ou encontro soluções de coisas que só se concretizam no futuro. O exemplo mais comum é o projeto de uma casa. Desenho como se pensa que será e depois constrói-se… Nunca fica igual. Nada fica igual no futuro e isso é o encanto da vida.

Quanto aos futuros com muitos anos pela frente, uma espécie de sonhos, logo se verá. Vale a pena pensar nessas coisas para tentar evitar males maiores e ter alegrias calculadas. Mas não vale a pena não dormir, com medo de que qualquer coisa de mal possa acontecer.

Bons sonhos…

José Brandão
Designer e Professor Emérito da Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa