Quando a minha neta mais nova, Penelope, era bebé, compus e cantei uma canção para ela, para a manter entretida, a comunicar e brincar ativamente, e para a cumprimentar sempre que nos encontrássemos.
It’s Penelope, walking through the jungle, looking for her friends and singing a song.
It’s Penelope, walking through the jungle, would you like to come along?
(É a Penélope, a passear pela selva, à procura dos seus amigos e a cantar uma canção. É a Penélope, a passear pela selva, queres vir connosco?)
Cantei a canção de muitas maneiras diferentes, com e sem palavras, por vezes acrescentando uma secção B, e em diferentes tonalidades, tempos e estilos. Os pais da Penelope usavam a canção para a cumprimentar de manhã e para a ajudar a aprender o seu nome. Estes momentos, a família e a melodia em conjunto, criaram um futuro para a criança.
Agora, quatro anos depois da nossa primeira brincadeira com a música, voltei a cantá-la para ela. Ao ouvir a melodia, ela veio ter comigo, subiu para o meu colo e adormeceu nos meus braços. Pareceu-me que a melodia e talvez a presença da família e o seu sentimento de pertença ao mundo naquele momento — e talvez uma recordação antiga da melodia ouvida durante a infância — convergiram para dizer “estou segura”, “isto somos nós”, “eu pertenço”.
Cada experiência cria uma memória que carrega em si uma semente para o futuro. Não podemos prever o momento ou a natureza do renascimento, mas podemos apreciar a memória e a nova experiência.
Beth Bolton, PhD
Vice-reitora para o corpo docente e assuntos académicos
Centro de Artes Cénicas e Cinematográficas
Temple University