DBW25 poderia ser a designação de uma peça ou componente de um mecanismo ou sistema complexo. De uma estrela ou de um gene. Ou de uma missão exploratória num universo por descobrir. Haveria várias “histórias” para contar acerca da sigla mas fiquemo-nos pela ideia de que DBW25 é uma deambulação, uma viagem por várias constelações do Universo-CMT. Um “universo em expansão” e que tem na criação artística a sua fonte de pulsação.
Que é parte de um universo mais vasto e infinito, o da Música: fruição, expressão, comunicação, arte, ferramenta, elemento de construção de identidades, fator de desenvolvimento humano e muito mais.
A CMT (Companhia de Música Teatral) explora esses territórios fecundos há cerca de 25 anos, um tempo irrisório na escala do Universo, um tempo assinalável na escala da vida artística dum colectivo feito de pessoas. Ao longo desses 25 anos, música e palavras encontraram-se em espetáculos, projetos participativos e instalações. Alguns desses “encontros” foram registados em CDs e disponibilizados online mas muitos outros não. Esse foi o primeiro critério que orientou a escolha das peças que decidimos gravar em DBW25. O segundo critério foi o de fazer a “viagem” no Pianoscópio, o “laboratório-fábrica de sons” que inventámos há vários anos e que nos tem levado a muitos lugares imagínários. Não tínhamos, contudo, ainda experimentado ouvir o “idioma sonoro” do Pianoscópio numa revisitação de canções ou poemas oriundas de “territórios” mais habituais. E a perspetiva de sermos transportados para outras paragens interessava-nos. Achámos, também, que a peça-viagem deveria ter “janelas” para algumas memórias visuais. Mas apenas de projetos que tinham sido “cartografados” na viagem sonora e de acordo com “princípios” que entendemos serem comuns à composição musical e visual. Esse foi o critério da escolha das fotografias. Por último, queríamos que DBW25 fosse um arte-facto, e que a “cartografia-peça-viagem” fosse um convite à descoberta, à criação duma relação lúdica com um objeto impregnado de memórias sensíveis e isso levou-nos ao que agora têm nas mãos. Boa-Viagem.