Mil Pássaros é uma instalação construída a partir de um processo de partilha. Uma “inúmera mão” de crianças e adultos fez nascer pássaros na ponta dos dedos que depois se juntaram em “murmuração” visual e sonora afinada pelo desejo dum mundo melhor. Estes pássaros de papel, ou orizuros, realizados de acordo com a arte do origami são, segundo a tradição japonesa, símbolo de paz e felicidade. E, diz-se, os desejos cumprem-se quando se fazem mil orizuros.

Mil Pássaros mostra o culminar de um trabalho iniciado em 2019, envolvendo escolas e jardins de infância, museus, bibliotecas e famílias no âmbito da Lisboa Capital Verde Europeia 2020, chamando a atenção para a fragilidade do mundo em que vivemos e para a necessidade de cuidar do ambiente. Dá asas à imaginação. Revela a força e a beleza de uma vontade coletiva fundada no poder de pequenos gestos. Apela à escuta, à contemplação e ao desejo de construirmos um mundo melhor.

Após ter sido uma “luz de presença” num ano marcado pela pandemia, a instalação ressurge agora transfigurada pelo diálogo com o espaço e magníficos biontes da Estufa Quente, um dos jardins que integram a Estufa Fria de Lisboa. O novo eco-sistema bio-poético é também um manifesto à “enorme vontade de ter esperança nestes tempos tão incertos”.

A criação artística é a fonte de pulsação da Companhia de Música Teatral (CMT). Partindo da Música e procurando a interação entre várias linguagens e possibilidades de comunicação artística, a CMT tem construído um percurso de descoberta que designa de “desenvolvimento de constelações artístico-educativas”. A matriz filosófica da CMT é marcada pela criação de relações entre arte e educação, e pela articulação entre a investigação académica, a produção artística, a formação, a criação tecnológica, o envolvimento da comunidade e a divulgação da importância da experiência musical e da arte em geral no desenvolvimento social e humano. A CMT tem contribuído de forma decisiva para uma oferta cultural diversificada e abrangente: o repertório da CMT é um caleidoscópio de espetáculos, instalações, “workshops”, projetos de média e longa duração, atividades de formação, publicações em diversos formatos, participação em projetos de investigação e apresentações de âmbito académico nacional e internacional.