Com a chegada da Primavera começa também a despontar A Liberdade a Passar Por Aqui. Esta nova constelação inclui Prelúdio Para a Liberdade (sessão de criação aberta / formação), A Liberdade a Passar Por Aqui (espetáculo de música teatral), Mural da História Comum (projeto participativo e instalação) e PaPI-Opus 10 (espetáculo de música teatral).
Em Abril, mês de liberdade, dão-se os primeiros passos na construção da constelação: haverá sessões do projeto participativo Mural da História Comum em Loulé, que em Maio tomará a forma de uma instalação a apresentar no Cineteatro Louletano. Em Julho, o Mural da História Comum continuará a crescer no Solar da Música Nova em Loulé e, em Outubro, na Fábrica das Artes, CCB deverá crescer mais ainda. Trabalharemos com crianças, adolescentes, jovens, adultos e pessoas mais velhas. Ouviremos histórias do que foi “acordar para a liberdade” depois de um longo período de repressão mas, sobretudo, interessam-nos a “experiência da liberdade” nas sessões de criação e as “histórias comuns” (no sentido quotidiano mas também no da intersecção de percursos de pessoas que vivem numa mesma área) que promovam uma reflexão quotidiano-filosófica acerca da Liberdade e do cuidado de que ela necessita para sobreviver. Acerca do papel que todos têm para que a Liberdade seja uma realidade comum e da “afinação” que isso requer. Também em Abril, na Fábrica das Artes, CCB, o Prelúdio para a Liberdade, será “colo”, “ninho”, “laboratório”, “sessão de criação aberta”, formação”, “festa”, “celebração”. Trabalharemos com pessoas ligadas à educação e à arte à volta de um “improviso” construído a partir de “materiais de partida”, convidando-as a partilhar as suas próprias memórias e referências (canções, poemas, objectos) para um exercício de “liberdade criativa” onde se explora o som, o movimento, a palavra, alguns objetos. Chamemos-lhe Formação, embora o termo “TransFormação” seja mais adequado não só dada a sua natureza “transversal” mas também porque não se pretende “dar forma” ou “formatar”. Pelo contrário, pretende-se, através da “experiência da arte”, criar uma “viagem” pelo território da liberdade de criar.
O espectáculo de música teatral A Liberdade a Passar Por Aqui vem na sequência de trabalhos como AliBaBach, Orizuro, Ornitópera ou os vários PaPIs (do ciclo Peça a Peça Itinerante), e procura responder ao desafio de envolver adultos (pais e avós) e crianças pequenas (0-5) numa “experiência poética” que oferece várias leituras e permite diferentes relações entre o público e a peça. Sobre a Liberdade: tendemos a perceber o que é, e a importância que tem, quando sentimos falta dela. Toma inúmeras formas mas muitas vezes é invisível. É um bem precioso que precisa da nossa atenção, de ser nutrido, cuidado, É como o ar que respiramos ou a água que bebemos. Precisamos dela para sermos nós mesmos. Deve fazer parte do que nos acompanha quando crescemos. Como a Música. Como se explica ou fala dela aos mais pequeninos? Talvez com Música. E o envolvimento dos pais e avós, que certamente se lembram do tempo em que era necessário ter muito cuidado com as palavras. Muitas delas deram origem a canções ou outras formas de organizar o som, em muitas épocas e locais. O exercício de revisitar melodias, ritmos, palavras, ideias e histórias que fazem parte da História, e que estão na memória dos mais velhos, e torná-los experiência artística multifacetada e livre, ambiente de fruição e partilha para eles e para os mais pequeninos é o desafio que a Fábrica das Artes, CCB, lançou à CMT e que a CMT se propõe abordar em 2024, numa co-produção que envolve também a Casa das Artes de V. N. Famalicão e o Cineteatro Louletano. A Liberdade a Passar Por Aqui estreará no Outono na Casa das Artes de V. N. Famalicão e na Fábrica das Artes, CCB, Lisboa.
PaPI-Opus 10 inspira-se no universo criativo de A Liberdade a Passar Por Aqui e dará continuidade ao ciclo Peça a Peça Itinerante (PaPI), um conjunto de pequenas peças músico-teatrais concebidas de raiz para poderem circular facilmente por jardins de infância e instituições culturais e educativas interessadas em promover o acesso à cultura. Os primeiros PaPIs foram gerados em residências artísticas multidisciplinares e intergeracionais realizadas na Fundação Calouste Gulbenkian no âmbito do projeto Opus Tutti. O Município de Vila Nova Famalicão associou-se, desde o início, a esta prática artística e vários jardins de infância da “envolvente” puderam usufruir deste contributo inovador no nosso país. Nos 25 anos da CMT, em co-produção com o Município de Vila Nova de Famalicão, estrearemos mais um PaPI, festejando também um ciclo artístico que se tem revelado um sólido contributo no domínio da arte para a infância e em que a CMT e a Casa das Artes deram os primeiros passos em conjunto.