Anatomia do Piano é um espetáculo que propõe a desconstrução do instrumento que será talvez o mais influente da história da música ocidental.
Resultado duma evolução tecnológica notável e de séculos de repertório, práticas e rituais, o piano é um instrumento-ícone. Em Anatomia do Piano, mais do que um instrumento, o piano é um lugar, um ser com vida, uma escultura, um palco, a casa onde a música habita e de onde brotam histórias sem palavras, feitas de sons, de imagens e de corpo.
Concebido enquanto estrutura aberta que acolhe vários quadros multidisciplinares, “Anatomia do Piano” é um espetáculo mutável que vive da cumplicidade entre artistas que exploram territórios do teatro, da dança, da imagem e das artes visuais a partir duma base musical que estabelece pontes entre os vários discursos. Anatomia do Piano propõe a reinvenção do piano, não só sonora como teatral. Procura expandir o léxico tímbrico e explorar diferentes formas de fazer soar o instrumento.
Convida o espetador a descobrir pormenores normalmente ocultos, a procurar pontos de vista e de escuta, a construir mundos imaginários onde as fronteiras das várias artes se tornam fluídas. Mais do que uma ruptura, propõe múltiplas continuidades, múltiplos sentidos, e pretende estabelecer um território poético onde seja possível e natural viajar por paisagens sonoras e visuais que habitualmente se encontram compartimentadas. O piano emerge assim como o grande protagonista duma obra de arte total.
Anatomia do Piano, é um espetáculo dirigido a famílias, mas não é um espetáculo previsível ou fechado.
Está na origem da Constelação ADP, um conjunto de ideias artístico-educativas de que faz também parte o projecto Pianoscópio, recentemente estreado no CCB e apresentado na Semana Aberta de Ciência e Tecnologia. E poderá vir a originar outras ideias ainda e tomar outras formas, à medida que se vai descobrindo o âmago do instrumento e chegando mais perto da alma da música.