O Projeto X nasceu como uma ideia que permitia a partilha da experiência da CMT na conceção e implementação de projetos comunitários com a formação de alunos da disciplina de Música, Comunidade e Educação do Mestrado em Ensino de Música da Universidade de Aveiro (UA) e os projetos de mestrado e doutoramento de vários alunos da UA.
Entre 2013 e 2018 o Projeto X permitiu trabalhar com um conjunto diverso de “comunidades” (alunos da Universidade de Aveiro portadores de necessidades especiais, idosos do Centro Social de Calendário, elementos da comunidade ucraniana de Aveiro, reclusas do Estabelecimento Prisional Especial de Santa Cruz do Bispo, reclusos do Estabelecimento Prisional Regional de Aveiro, jovens com necessidades especiais da Associação Pais em Rede e Cercis de Sta. Maria da Feira, jovens com necessidades especiais da APVISPT21 de Viseu), incluindo-as em várias experiências de co-criação que se desenrolavam ao longo de várias semanas e que terminavam com uma apresentação pública. O Projeto X emerge de múltiplas vontades em encontrar na arte espaços para a criação de universos onde as diferenças se esbatem e se procura a essência do que nos faz humanos.
A partir de 2016 o Projeto passou a ter uma relação mais profunda com o trabalho da CMT, nomeadamente com a “performance” Viagem a Dentro de Nós que teve lugar no Pianoscópio, resultando num processo livre e abrangente, onde artistas de várias linguagens se envolvem num diálogo criativo com pessoas excepcionais.
Em 2017 um grupo de músicos que desenvolvem um trabalho regular na Cercis de Sta. Maria da Feira encontrou-se com a “Orquestra-Frágil”, um grupo improvável e aberto a quem quis participar, e desse encontro resultou um espetáculo único. “Como anteriormente, X tem a marca de ponto de encontro onde, através da experiência artística, cada um dos participantes tem a oportunidade de expressar a sua individualidade e construir com outros uma voz comum. X é, também, a incógnita que rodeia um processo criativo que se re-escreve à medida que se vai fazendo e cujo resultado final começou por ser desconhecido. X é, por fim, uma marca num jogo de relações humanas em que só há vencedores. O espetáculo final emerge como um quase-manifesto por uma arte feita em comunidade e com capacidade de poder chegar a todos os indivíduos, independentemente da sua condição social, género, idade ou cultura.”
Em 2018 o Projeto X assentou num trabalho desenrolado ao longo de várias semanas no Gamelão e Porcelana e Cristal (GaPC) em Viseu e culminou com a apresentação da “performance” Porcelana, Cristal e Pássaros que envolveu o GamellN Ensemble (o grupo de pessoas que tinham feito parte do Projeto com o GaPC) e o MCrE Ensemble (um grupo de alunos do mestrado em ensino de música da Universidade de Aveiro).