Uma Cidade Orizuro é o lugar imaginário onde podemos reunir todos os sonhos. Porque é necessário querer o impossível para que a realidade seja suficientemente boa. Numa Cidade Orizuro, arte e educação são caminhos para se habitar uma terra cheia de verde. Das mãos dos seus habitantes nascem pássaros e um desejo comum: construir um mundo melhor. Famalicão é uma Cidade Orizuro.
A Casa das Artes de Famalicão, em coprodução com a Companhia de Música Teatral (CMT), desenvolveu em 2018-19 o projeto “Orizuro” que, através de modelos inovadores de formação de profissionais e de intervenção junto da comunidade escolar, implementou um conjunto de boas práticas artísticas para a infância.
Em 2020, no contexto atual da pandemia de Covid-19, surge a ideia de levar o projeto “Orizuro” a casa de todas as famílias famalicenses. Para isso, a casa das Artes e o Município de Vila Nova de Famalicão lançam um desafio à população: «Pensem num desejo, expressem-no por palavras ou cores numa folha de papel quadrado e façam um orizuro. Vamos transformar Vila Nova de Famalicão numa Cidade Orizuro.»
Na cultura tradicional japonesa, o orizuro é um origami que representa um pássaro. E é também um símbolo de felicidade, já que se acredita que se se fizer mil orizuros enquanto se pensa num desejo, esse desejo acaba por se tornar realidade. Uma Cidade Orizuro é uma cidade colorida e feliz, nela habitam mais de mil pássaros e todos os desejos podem ganhar asas.
Entre Junho e Setembro todos foram chamados a criar em suas casas bandos de pássaros de papel e a colocá-los nas suas janelas, nas suas varandas. Ou num dos “ninhos” da Cidade Orizuro: na Casa das Artes, na Casa do Território do Parque da Devesa, n’ A Casa ao Lado, na Fundação Cupertino de Miranda, ou na Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão. Esses locais foram “cenários” de intervenções performativas de músicos-atores da CMT que criaram pequenos filmes que viriam posteriormente a integrar o espetáculo O Céu Por Cima de Cá. Alguns dos pássaros também subiram ao palco.