Uma parte substancial do trabalho da CMT desenvolve-se em estreita colaboração com municípios. Isso acontece por várias razões: é uma consequência direta duma visão da arte como ferramenta de desenvolvimento humano (e, portanto, atenta às necessidades de diferentes contextos sociais e comprometida com a descentralização e o acesso alargado à “experiência da arte”); um interesse em desenvolver experiências artísticas que emanam de “leituras da paisagem” (senso lato); o facto de, por opção, não dispormos de um espaço próprio de apresentação, o que significa a necessidade de habitar os espaços de outros.

A intervenção local do trabalho da CMT ocorre também por via da articulação com o trabalho académico, realizado nas Universidades de Aveiro (UA) e NOVA de Lisboa.

A atuação abrangente que temos na geografia do País é possível graças à natureza ágil da estrutura da CMT, à concepção de trabalhos artísticos caracterizados por uma elevada portabilidade, ao facto da CMT contar com um conjunto regular de colaboradores (alguns dos quais formados  por nós ) e ao facto de tratarmos os nossos parceiros locais como fazendo parte da “família CMT”.

A colaboração com os municípios é enquadrada por protocolos de cooperação estratégica que, entre outros aspetos, especificam a comparticipação financeira, e são elementos cruciais para a gestão e sustentabilidade económica do plano de atividades da CMT. Essa estratégia permite libertar recursos para a essência do nosso trabalho, a criação, e facilita a circulação das nossas criações.

O relacionamento com o Município de Vila Nova de Famalicão, que existe desde o início da CMT, tem permitido não só a estreia regular de novas criações no palco da Casa das Artes mas também a realização de projetos na envolvente e noutros espaços como o Parque da Devesa. Este apoio, em especial no plano logístico e dos recursos humanos, permite estender a ação artística a vários pontos do Concelho, bem como mobilizar professores e educadores de todo o concelho para ações de natureza formativa.

Na zona Centro a CMT tem relações sólidas com o Município de Albergaria, e em particular com o Município de Aveiro (que têm permitido a circulação e a co-produção de novas criações). O desenvolvimento de projetos locais em articulação com a comunidade e com alunos da UA é uma das características diferenciadoras.

Temos também uma forte intervenção local em Lisboa quer através da parceria com a NOVA FCSH  (e em particular com o Laboratório de Música e Comunicação na Infância) quer pelo apoio do Município e recentemente desenvolvemos dois grandes projecto no âmbito da Lisboa Capital Verde Europeia 2020.

A relação com o Município de Loulé é mais recente mas é particularmente estruturada por uma grande ressonância no modelo de “constelações artístico-educativas” que tem levado a um conjunto de iniciativas regulares (formação imersiva, circulação de criações recentes, reflexão).

Em 2023-2026 iniciaremos protocolos com os Municípios do Fundão (retomando uma relação que remonta ao início da CMT) e de Castelo de Vide (onde esperamos vir a desenvolver um trabalho regular, em paralelo com o que já temos em Marvão).

Em termos de descentralização, além da circulação pelos mais variados municípios como Bragança, Paredes de Coura, Ribeira Grande merece ainda destaque a presença regular da CMT em Évora (Eborae Musica) com atividades de música para a primeira infância.