ZYG é uma experiência artística num espaço imersivo onde a música e a dança se cruzam para explorar as fronteiras entre a comunicação, o jogo informal, a descoberta dos sentidos e o instinto da arte. Especialmente pensada para crianças dos 0 aos 36 meses num formato íntimo, original e inovador, ZYG é simultaneamente uma instalação e uma performance, um convite à imaginação, ao espanto, à escuta, à construção duma poesia-do-momento, feita de sons, formas e gestos.

DEDICADO A COLWYN TREVARTHEN

ZYG resulta duma parceria entre a Companhia de Música Teatral, a Fábrica das Artes e a companhia de dança contemporânea norueguesa dybwikdans, com o apoio do programa Pegada Cultural | Primeiros Passos. É uma “constelação artistico-educativa” que tem como corpo principal um dispositivo cénico habitado por som onde decorre uma performance construída em tempo real.

À volta desta experiência gravitam outras iniciativas complementares que procuram alargar as repercussões da ideia central, nomeadamente uma conferência-performance ou uma acção de formação que permitem comunicar ao público em geral e a agentes educativos e artísticos alguns dos princípios que orientam as nossas ideias sobre criação artística para a infância e sobre a importância das artes como instrumento de desenvolvimento social e humano.

ZYG começa por ser um espaço poético: uma casa, um ventre, um ovo, um ser vivo, ou isso tudo e nada disso, talvez apenas um convite à imaginação.

Uma estrutura aberta, em comunicação com o exterior, onde o diálogo entre o vazio e as linhas orgânicas da madeira cria a sensação de espaço delimitado. Dele emana um manto sonoro onde coabitam sons electrónicos, da paisagem sonora, da voz humana, de objectos ou instrumentos alternativos, de memórias de projectos anteriores concebidos para os mais pequenos. Um espaço íntimo, acolhedor, convidativo ao entrar e ao estar, ao ouvir e ver de formas muito diferentes e pessoais. A várias “vozes” seguindo vários trilhos possíveis desvendados pela escuta. Seja a do ouvido ou a de outra qualquer forma de perceber a vibração que emana do espaço.

Na performance ZYG, a instalação cruza-se com a dança e é proposta uma experiência mediada por um “interactor” (um(a) bailarino(a) que constrói o discurso do seu corpo em tempo real, como resultado das relações entre o som, os elementos cénicos e as crianças e adultos que entram no espaço). A performance tem uma natureza intimista e privilegia o envolvimento próximo dos participantes: o diálogo constrói-se ao longo de 20 minutos, é sempre diferente e explora elementos da comunicação não verbal, do corpo e da voz, num equilíbrio delicado entre os vários universos que a instalação e o público propõem. A performance é estruturada por todos os “arquivos do corpo” que a exploração do espaço e da música permitiram construir ao longo do processo de criação, pela “gramática” de elementos comunicativos que temos vindo a observar ao longo de vários projectos com crianças pequenas, pela ideia de Musicalidade Comunicativa proposta por Colwyn Trevarthen que nos tem inspirado num contacto próximo, e sobretudo por uma “prontidão” e “abertura” para o aqui e agora.