Durante o quadriénio 2023-26 a Companhia de Música Teatral continuará a desenvolver o seu projeto geograficamente abrangente, com uma parte significativa concentrada na região Norte, à semelhança do que tem sucedido ao longo de quase toda a sua existência.

Esta é uma zona privilegiada visto existirem colaborações de longa data com vários municípios e muito especialmente com Vila Nova de Famalicão, onde várias entidades têm demonstrado um especial apreço pelo nosso trabalho, o que, naturalmente, estimula o desenvolvimento de novas ideias na região.

Não obstante, reforçaremos a abrangência da nossa atividade artística por todo o País (e também internacionalmente), que resulta da agilidade e flexibilidade do modelo organizacional e criativo que temos vindo a aperfeiçoar ao longo do tempo.

Com a sua história (vinte e cinco anos em 2023), a CMT tem provado que este modo de funcionamento é adequado, eficiente e produtivo face às caraterísticas distintivas do nosso modelo de criação artística e de gestão. Ao longo destes anos, o trabalho da CMT tem sido disseminado por todo o território nacional e o tema da descentralização merece, desde há muito, a nossa melhor atenção. Por opção própria, e graças ao impulso do financiamento da Fundação Calouste Gulbenkian, temos vindo a disseminar resultados dos projetos Opus Tutti (2011-2014) e GermInArte (2015-2018) por todo o País, através de iniciativas como, por exemplo:

  • i) o ciclo Peça a Peça Itinerante (PaPI), concebido para responder a necessidades de elevada qualidade artística a par de elevada portabilidade tendo alcançado dezenas de concelhos em todas as regiões NUTS II do Continente;
  • ii) o instrumento coletivo Gamelão de Porcelana e Cristal que esteve já em “residência” em 12 concelhos de 4 regiões NUTS II;
  • iii) as Formações Transitivas GermInArte que fizeram um longo e intenso trajeto de itinerância por todo o País (abrangendo aproximadamente 50 entidades das 7 NUTS II).

Note-se também que, mais recentemente, as restrições impostas pela pandemia nos levaram a encontrar oportunidades de desenvolvimento de novos modelos criativos e formativos — com auxílio da plataforma Zoom — o que nos tem colocado próximos de públicos não só de muitas localidades do País, como também do Brasil, Guiné, Bélgica, Estados Unidos, Israel, Tailândia, Áustria, Noruega, Dinamarca, Finlândia, Polónia, Espanha, etc.

Isto é, tem sido muito estimulante encontrar o nosso “viveiro” criativo em parceiros estratégicos como o Município de Vila Nova de Famalicão, ao mesmo tempo que o modelo conceptual é suficientemente ágil para se repercutir em parcerias estratégicas para este quadriénio com municípios como Castelo de Vide, Loulé e Fundão. Ou seja, acreditamos que com o tipo de estrutura que temos, e atendendo às dimensões geográficas do País, a nossa abordagem deve ser nacional e internacional.

Na sua essência, a nossa estratégia geográfica está aliada a uma estratégia de personalização do trabalho, assente num relacionamento humano cuidado. “A afinação de pássaros, pessoas e flores” tem sido matricial na pulsão criativa, mas é também leitmotiv da nossa filosofia de atuação geral. O estabelecimento de relações de confiança e estabilidade com parceiros no terreno são ingredientes centrais da nossa construção criativa e esta é uma linha de força sem limites geográficos. Para além desta argumentação, uma parte dos fundadores têm e mantêm raízes pessoais e familiares na Região Norte, o que facilita o desenvolvimento de uma parte substancial da atividade de conceção e produção da Companhia.